Passeios em Kayak e Snorkelling – Lagos
Veja o vídeo para esta atividade:
Venha conhecer as águas cristalinas do mar de Lagos, participando num passeio de kayak com guia que o levará ao longo da costa até às grutas existentes nesta região espetacular cheia de beleza natural.
Para se estar habilitado a remar num kayak não é necessário ter qualquer experiência anterior e todo o equipamento necessário, assim como algumas instruções sobre a técnica de remar num kayak, são disponibilizados aos participantes antes da partida para este passeio com três horas de duração.
Partindo da Praia da Batata, em Lagos, em kayaks de grandes dimensões e muita estabilidade apropriados para dois adultos ou dois adultos e uma criança, os participantes seguem a remar calmamente ao longo da costa, desfrutando da espetacular vista, e dirigem-se para uma praia apenas acessível pelo mar onde podem descansar.
Neste período de intervalo tem a oportunidade de nadar no mar e de experimentar a prática de snorkelling, antes de encetar a viagem de regresso sobre as ondas do mar para completar um inesquecível passeio de kayak.
Relatório de viagem da escritora do Algarve Fun Annemarie van der Zwet. Depois de se mudar da Holanda para o Algarve há alguns anos, Annemarie assumiu a responsabilidade de explorar toda esta área e gosta de compartilhar suas histórias. Para além de surfar e explorar, ela passa a maior parte do tempo livre socializando, cozinhando, lendo e fazendo música.
São 12:10h quando eu vou até o Cais da Solaria em Lagos. Depois de alguns anos aqui eu vi as famosas arribas de vários ângulos, mas eu nunca estive num passeio de verdade, e estou muito ansiosa para iniciar este passeio em kayak e finalmente ver de perto as arribas e grutas.
O ponto de partida da viagem de kayak de Lagos está localizado à direita da fortaleza da Ponta da Bandeira. O passeio dura 3 horas com inicio às 12:30h. Fui aconselhada a estar lá com uns bons 15 minutos de antecedência para me preparar e começar a tempo. E é bom estar na hora certa, porque se você chegar atrasado, é provável que o grupo tenha saído sem si.
Antes de irmos, a equipe oferece-me um saco estanque para que eu possa levar as coisas comigo no kayak. Eles disseram-me para pelo menos trazer água e vestuario leve. Esta roupa vem a calhar no regresso pois é habitual haver vento frio de norte à tarde. Eu posso deixar o resto dos meus pertences em segurança num cacifo disponibilizado pela equipa.
Enquanto todos se preparam, sou apresentada aos nossos guias Nuno e Henrique, dois jovens portugueses que falam inglês perfeito. Nuno vai ser o guia do meu grupo enquanto Henrique fica nas proximidades com seu barco a motor, caso alguém precise de ajuda. Como estamos com cerca de 20 pessoas no total, estamos divididos em dois grupos. Eu inscrevi-me sozinha, e os kayaks são normalmente compartilhados, então faço equipa com uma rapariga inglêsa Josie. Isso mostra que essa é uma ótima maneira de conhecer pessoas quando viajam sozinhas. Estou feliz que nos demos bem imediatamente, pois estaremos compartilhando um kayak bastante instável durante a maior parte das próximas 3 horas.
Cada um de nós pega um remo e um colete salva-vidas antes do Nuno nos levar aos kayaks para receberrnos umas instruções rápidas de como avançar, retroceder, travar (o que se mostra muito útil depois) e orientar (também bastante útil). A pessoa mais forte geralmente fica na parte de trás, de onde vem a maior parte da força e direção. Observe que essa pessoa também terá a oportunidade de fazer algumas pausas rápidas sem que o remador da frente perceba. Nuno enfatiza que temos que segui-lo de perto, pois ele sabe exatamente onde ir e, mais importante talvez, onde não ir.
Depois é tempo de entrar na água, o que parece bastante fácil, mas rapidamente é capaz de deixar-nos as duas de cabeça para baixo. Felizmente estes kayaks são feitos para acomodar os menos graciosos também e com uma pequena ajuda do homem do barco Henrique, nós rapidamente estamos a caminho. A praia do começo é situada numa área fechada fora do lado da boca do porto. Praticamos um pouco aqui antes de seguirmos viagem o que felizmente é quase sempre calmo e sem ondas no verão. Tudo está preparado para um bom passeio.
Não demora muito para que o primeiro ooh e aah sejam ouvidos. Assim que sairmos da boca do porto, temos uma vista panorâmica das arribas. E mais uma vez fica claro para mim porque é que esta continua a ser uma das maiores atrações turísticas de Lagos. Especialmente a partir do ângulo baixo do kayak, a visão é fascinante e a água é tão clara, você pode ver os peixes a passarem por baixo. Passamos pelas primeiras pequenas praias, e as nossas habilidades de navegação são imediatamente testadas quando Nuno nos conduz através de um pequeno arco abaixo de uma das rochas que se destaca. Estou um pouco apreensiva, mas Josie e eu fazemos uma boa equipa e, assim como o resto do nosso grupo, passamos por baixo com facilidade. Do outro lado, vemos um arco feito pelo homem acima de nós e Nuno para-nos por um momento. Ele explica que este arco, assim como a parede que vemos atrás da pequena praia próxima a nós, são os remanescentes de uma fortaleza militar do século XVI. Ela remonta aos tempos das descobertas, onde Portugal e Lagos tiveram um papel significativo.
Nuno conta-nos também que a costa é feita de pedra calcária, que se deteriorou e desmoronou durante séculos de chuvas, tempestades e o bater constante das ondas, deixando-nos com este cenário imponente de falésias e pedras espalhadas no oceano. Também criou as grutas que estamos prestes a explorar. O passeio vai sempre da praia de partida para a Ponte de Piedade e vice-versa, mas por causa das mudanças das marés, dinâmicas de grupo e outras influências, nenhum passeio é exatamente o mesmo. Hoje, a água é extremamente calma e conseguimos passar pela costa de perto, encontrando muitos recantos de bandidos e grutas ao longo do caminho. Um ainda mais bonito que o outro.
Depois de apanharmos o ritmo, passamos pela praia da Dona Ana em direção à Praia do Camilo. Nuno para-nos novamente e nos diz para segui-lo de perto, um por um. Antes de ele desaparecer no que parece ser um pequeno buraco impossível na falésia, diz para mantermos os nossos remos dentro do caiaque, inclinar para trás e reparar para usarmos as nossas mãos. E lá vamos nós num pequeno túnel dentro da rocha. Tão largo quanto nosso caiaque e tão alto quanto, bem… só um pouco mais alto que nosso caiaque. Não é apenas uma visão bonita, mas também uma pequena aventura ao longo do caminho. Eu só penso que nós vamos ficar presos no meio do caminho, mas claramente o nosso guia sabe o que ele está a fazer e todos nós saímos do outro lado com sorrisos enormes em nossos rostos.
Outra gruta que me tira o fôlego é chamada de gruta do Amor. Estes nomes foram dados às grutas pelos pescadores dos velhos tempos, e ainda são usados por todos. Esta gruta começa novamente com uma pequena abertura na rocha e um buraco negro aparentemente escuro atrás dela. Mas uma vez que remarmos, percebo que há um buraco no topo desta gruta e quando meus olhos se ajustaram à luz, vejo que a pequena entrada se abre para uma salaa mais ampla, dando espaço suficiente para circularmos ao redor. Eu vi esta gruta de cima antes, mas nunca soube que era possível acessá-la pela água. Sinto um leve arrepio percorrer minha espinha para perceber que estou debaixo de um precipício real. É estranho e lindo.
Depois da Praia do Camilo, onde passamos por baixo do grande ‘arco do triunfo’, que parece estar saindo do oceano de forma aleatória, retomamos o ritmo. Mais algumas praias e mais alguns cantos e de repente os penhascos se abrem. O passeio dura há cerca de 1,5 horas e chegamos a Ponta de Piedade onde se encontram as grutas denominadas Cozinha e Sala de Estar. Elas são maiores que as grutas que vimos antes. A Ponta de Piedade é basicamente o ponto do promontório em que se localiza Lagos. Este ponto, e o caminho para isso, é o que mais ou menos começou o turismo em Lagos, quando pescadores nos anos 50 e 60 começaram a levar os visitantes a bordo para mostrar-lhes esta área, Nuno explica-nos.
Entramos na sala de estar e saímos do outro lado, desta vez não há pequenas aberturas para percorrer, só temos que nos certificar de seguir o Nuno para não ficarmos no caminho dos outros ou nos dirigirmos ao território rochoso. Se continuássemos até ao outro lado, estaríamos basicamente na direção da Luz. Eu não tenho certeza sobre o resto do grupo, mas estou começando a sentir os meus braços queimarem, então fico feliz quando voltamos ao redor do ponto e apontamos para a praia mais próxima: Praia Grande. O nosso guia Nuno ajuda-nos a puxar os kayaks para terra e tira um saco de máscaras de snorkel. Enquanto isso, Henrique ancora seu barco e rema em nossa direção numa grande prancha de Stand Up Paddle, a qual também podemos utilizar.
A Praia Grande é uma pequena praia que só pode ser alcançada por água ou descendo pelas arribas. Portanto, é bem tranquilo aqui em baixo, mesmo quando o segundo grupo de turistas chega lá também. Somos informados de que teremos cerca de 30 minutos de intervalo. Um pouco menos para aqueles que escolhem remar com o Nuno. Aqueles que tiveram a sua quota parte de remar (moi incluída), podem ficar na praia um pouco mais e ir de reboque para casa na lancha do Henrique.
Eu decido pô uma máscara de snorkel e dar um mergulho. Eu nado um pouco no oceano e volto para as falésias. Outro panorama de tirar o fôlego se espalha na minha frente e eu percebo que eu deveria ter feito esse passeio há muito tempo. Eu estava um pouco assustada pensando que era uma armadilha turística, com tantos passeios de barco, viagens de kayak ao longo das arribas. Mas mesmo com outros grupos por perto, não parecia muito lotado e as vistas, as grutas e as histórias valem a pena. Dos rostos dos outros no grupo, tenho a sensação de que eles experienciaram o mesmo. Eu até vi nosso membro mais novo (um menino de cerca de oito anos junto com seu pai) a admirar a paisagem com a boca aberta metade do tempo.
O caminho de volta é fácil. Nós colocámo-nos atrás do barco de Henrique e, a partir daquele momento, sento-me e deixo as últimas vistas entrarem. De volta à praia, trazemos de volta nossos coletes salva-vidas e remos antes de recuperar os nossos pertences. A Josie e eu decidimos ir até à cidade para uma bebida de after-kayak que nós sentimos ser bem merecida depois de aproximadamente 2 horas de exercício. Mas se eu pudesse fazer isto todos os dias, tenho certeza que faria!
