O Algarve é muito mais do que apenas praias deslumbrantes e um mar maravilho. Esta região foi palco de inúmeras guerras, tendo sido a mais afectada pelo domínio árabe durante quase sete séculos. O Algarve é uma região muito rica em termos históricos, razão por que decidimos compilar neste artigo as 36 atracções históricas mais importantes e relevantes da região.
Castelo de Aljezur
O Castelo de Aljezur, numa posição dominante sobre a vila e a ribeira de Aljezur, data do século X, durante a ocupação muçulmana da Península Ibérica. Posteriormente, nos séculos XII e XIII, depois da reconquista cristã, o castelo foi alvo de várias obras com o objectivo de melhorar o seu sistema defensivo. Já no século XX a fortificação sofreu obras de restauro, uma vez que foi severamente afectada pelo terramoto de 1755.
Igreja de São Lourenço de Almancil
A lindíssima Igreja de São Lourenço de Almancil toda revestida por azulejos é uma verdadeira raridade no Algarve. Construída nos finais do século XVII, é de destacar o incrível altar todo talhado em ouro.
Igreja Matriz de Alvor
A principal igreja de Alvor, construída durante o século XVI, apresenta um estilo manuelino, o qual pode ser observado nas deslumbrantes portas de entrada adornadas com símbolos religiosos e cenas de guerra. No seu interior podem observar-se seis altares dourados e azulejos do século XVIII.
Igreja da Misericórdia de Alvor
Ao visitar a Igreja da Misericórdia de Alvor repare não deixe de reparar nos detalhes do púlpito na parede lateral esquerda e no espectacular vitral que presta homenagem ao milagre das rosas da Rainha Santa Isabel. A Igreja foi construída no século XVII e conserva ainda hoje um lugar de destaque na pequena vila de Alvor.
Castelo de Alvor
Depois de conquistarem o território de Alvor, os Mouros acharam a vila mal defendida, razão por que decidiram erigir um castelo por cima dos escombros de um antigo centro comercial. Uma vez mais dando provas da sua incrível capacidade de construção de estruturas militares, o Castelo de Alvor resistiu ao Terramoto de 1755, o qual devastou quase por completo a vila de Alvor.
Capela de Nossa Senhora da Rocha (Armação de Pêra)
A Capela de Nossa Senhora da Rocha fica numa espécie de promontório que entra pelo mar adentro e o local é absolutamente deslumbrante. A capela em si, de pequenas dimensões, branca como a cal das típicas casas algarvias, é encantadora e convida a que seja visitada. Passeie pela Capela de Nossa Senhora da Rocha num dia de sol e sem nuvens e garantimos-lhe que se apaixonará pelo Algarve.
Capela dos Ossos (Armação de Pêra)
A Capela dos Ossos, em Alcantarilha, na zona de Armação de Pêra, constitui uma atracção diferente e de uma beleza exótica. Anexada à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a capela remonta ao século XVI. O seu interior está revestido por mais de 1500 ossadas humanas, que se julga terem pertencido a Jesuítas que pereceram na região.
Farol de Alfanzina (Carvoeiro)
Erigido em 1920 num promontório rochoso, o Farol de Alfanzina, situado perto da Praia do Carvoeiro, permitia que os navios se guiassem ao longo da costa e ajudava ainda os pescadores algarvios a apanharem lulas à noites, os quais se serviam da sua luz para conseguirem ver onde se escondiam os moluscos. O farol encontra-se aberto ao público todas as quartas-feiras entre as 14h e as 17h.
Forte de São Sebastião (Castro Marim)
Durante o século XVII, o Algarve inteiro foi alvo de uma renovação do seu sistema defensivo da qual resultou a construção do Forte de São Sebastião de Castro Marim. D. João IV, receoso de uma eventual invasão espanhola depois de os portugueses terem expulsado os invasores em 1640 ordenou a construção de um forte perto da fronteira espanhola no ano de 1641.
Cidade Velha (Faro)
A Cidade Velha de Faro representa a parte mais antiga da cidade, encontrando-se ainda hoje rodeada pelas muralhas construídas pelos mouros no século IX. O acesso à Vila Adentro, nome que também descreve a parte antiga da cidade, faz-se através do imponente Arco da Vila no cimo do qual se ergue o padroeiro da cidade São Tomás de Aquino.
Passear num Segway é uma forma ideal de ficar a conhecer a zona antiga da cidade e garante uma enorme diversão para todos os membros da família.
Catedral de Faro
A fantástica Catedral de Faro ergue-se sobranceiramente por cima da Cidade Velha, a parte original de Faro. A sua construção foi iniciada no ano 1251, sofrendo posteriores ampliações até atingir a envergadura que apresenta hoje em dia. A catedral apresenta um estilo gótico e os seus pontos altos são a imagem de Nossa Senhora, juntamente com o facto de se encontrar sempre rodeada por flores, e o soberbo órgão vermelho com representações da cultura chinesa.
Igreja Matriz São Pedro (Faro)
A Igreja Matriz São Pedro é uma lindíssima igreja com uns altares ricamente trabalhados. Os interiores dourados da igreja acrescentam uma aura de misticidade a toda a estrutura religiosa, a qual foi severamente afectada pelo terramoto de 1755.
Igreja do Carmo (Faro)
A Igreja do Carmo, assim denominada por ter sido mandada construir pela Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, foi erigida no início do século XVIII. Destacam-se o seu altar artisticamente decorado e o interior do estilo barroco. É na Igreja do Carmo que se encontra também a famosa Capela dos Ossos de Faro.
Capela dos Ossos (Faro)
Depois de o cemitério da cidade ter ficado esgotado, decidiu-se exumar 1250 ossos de monges para construir a Capela dos Ossos de Faro. Inaugurada em 1816, a capela encontra-se actualmente aberta ao público.
Museu do Mercado de Escravos (Lagos)
O comércio de escravos era vital para a continuação da expansão ultramarina portuguesa, uma vez que acabava por financiar as caravelas da coroa portuguesa. Muitos desses escravos eram primeiramente levados para Lagos. A partir de Lagos os escravos eram depois dispersos pelo resto da Europa, sendo que o Ifante D. Henrique, principal impulsionador das conquistas marítimas portuguesas, ficava com um quinto do preço de venda dos escravos. O Museu de Escravos de Lagos conserva a memória de um dos períodos mais negros da Europa, através de diversos painéis que relatam as tentativas de integração destes escravos na sociedade europeia ou até os seus baptismos cristãos.
Forte Ponta da Bandeira (Lagos)
O Forte Ponta da Bandeira tinha por objectivo salvaguardar o acesso ao porto de Lagos e a zona este da cidade. Lagos, cidade muito próxima da famosa escola náutica de Sagres, constituía um importante posto estratégico no domínio ultramarino português, razão por que não era demais mandar construir no final do século XVII uma nova fortaleza na zona de Lagos. A estrutura defensiva é rodeada por um fosso e uma ponte levadiça permite o acesso ao seu interior onde podemos encontrar uma encantadora capela decorada com azulejos.
Castelo de Lagos
A data inicial da construção do Castelo de Lagos permanece um mistério, no entanto é sabido que o castelo foi alvo de várias obras a partir da época medieval até ao século XVII. A construção deste castelo, também por vezes designado por Castelo de Governadores, veio contribuir para tornar Lagos na cidade mais bem defendida militarmente no Algarve.
Igreja Paroquial de Santa Maria de Lagos
Situada na praça Infante D. Henrique, mesmo no centro da cidade, a igreja apresenta uma construção simétrica com uma capela-mor elevada. A construção desta igreja iniciou-se no ano de 1498 e ainda hoje são celebradas no local missas. Vale decididamente visitar esta bonita igreja com um estilo simples.
Igreja de Santo António (Lagos)
A Igreja de Santo António de Lagos, embora discreta e frequentemente ignorada, é na verdade um dos monumentos religiosos mais bonitos de Portugal. Com a excepção do tecto, onde está exibido o escudo de Portugal, todo o seu interior se encontra forrado a ouro. D. João V, receando que os militares destacados em Lagos não tivessem onde rezar, ordenou que fosse construída uma igreja que lhes servisse como local onde pudesse expressar a sua fé.
Igreja de São Sebastião (Lagos)
A igreja foi construída em 1325 sofrendo posteriores ampliações até adquirir o tamanho que tem hoje, sendo que só nos séculos XVII e XVIII é que a nave principal foi revestida com azulejos. É na Igreja de São Sebastião que se encontra a aterrorizante Capela dos Ossos de Lagos.
Museu da Cera dos Descobrimentos (Lagos)
Recorrendo às mais recentes tecnologias para tornar a visita ao museu uma experiência didática a informativa, o Museu da Cera dos Descobrimentos relata a fantástica epopeia dos Descobrimentos portugueses através de dezasseis cenas diferentes, providenciando, para além das descobertas em si, um importante enquadramento histórico como a Batalha de Aljubarrota ou o Tratado de Windsor.
Castelo de Loulé
O início da construção do castelo data do século VIII na altura do domínio muçulmano da Península Ibérica. Com a tomada da povoação em 1249 pelas forças de D. Afonso III, as defesas do castelo foram melhoradas, contudo de forma insuficiente, uma vez que por ocasião da crise de 1383-1385, temendo uma invasão das forças de Castela, foi mandado reforçar a torre principal do castelo. As muralhas do Castelo de Loulé seriam ainda reforçadas no período dos Descobrimentos.
Castelo de Paderne
Calcula-se que o Castelo de Paderne, situado na freguesia de Paderne, tenha sido fundado pelos almóadas (membros de uma dinastia proveniente de Marrocos) na segunda metade do século XII. O castelo conta com uma torre albarrã com planta quadrangular que ainda hoje se conserva com uma altura superior a 9 metros. Duas cisternas do castelo dão testemunho dos dois principais momentos de ocupação do castelo: o islâmico e o cristão.
Igreja Matriz de Portimão
Construída no perímetro muralhado de Portimão, a Igreja Matriz de Portimão foi, infelizmente, severamente afectada pelo terramoto de 1755, obrigando a renovações nos séculos XVIII e XIX. Esta lindíssima igreja merece que seja visitada por causa do conjunto de estilos que reúne – do barroco ao manuelino -, fruto das muitas obras que sofreu ao longo dos anos. O portal tardio-gótico da entrada, onde são visíveis estatuetas de mulheres e músicos, foi influenciado pelo Mosteiro da Batalha, influência que se pode observar na restante construção do edifício.
Igreja do Colégio dos Jesuítas (Portimão)
O aspecto algo extravagante do exterior da Igreja do Colégios dos Jesuítas, com os seus tons amarelados, contrasta com o seu interior sóbrio onde podemos encontrar o túmulo de Diogo Gonçalves. É a este homem que se deve a construção da igreja uma vez, fugindo de uma tempestade no mar, Diogo Gonçalves acabaria por encontrar refúgio no porto de Portimão levando-o a ordenar a construção da igreja como forma de agradecimento.
Museu de Portimão
O Museu de Portimão é um museu muitíssimo interessante que documenta a história da fundação e desenvolvimento da cidade de Portimão. Recorrendo às mais recentes tecnologias para proporcionar uma visita didática, o Museu de Portimão é uma visita imprescindível para todos aqueles que queiram entender melhor a sociedade portimonense e algarvia também. Como testemunho de quão empenhado o museu está em preservar os locais históricos da cidade, o museu situa-se numa antiga fábrica de conservas de peixe, incluindo também uma exposição sobre o funcionamento da mesma.
Monumento Megalítico de Alcalar (Portimão)
Há cerca de 5000 anos uma comunidade pré-histórica resolveu fixar-se em Alcalar, perto de Portimão. Aí, erigiram trincheiras e muros e desenvolveram uma complexa sociedade que tem fascinado historiadores de todo o mundo. O modo como a sociedade estava estruturada pode ser observado pelos túmulos megalíticos que perduraram até aos nossos dias. Estes túmulos exibem determinados pormenores para identificar a morte de um chefe da tribo ou um membro particularmente proeminente de uma família.
Fortaleza de Santa Catarina (Portimão)
Construída durante um período da história Portugal que os portugueses preferiam esquecer, a dinastia filipina, a Fortaleza de Santa Catarina visava a protecção da barra do rio Arade bem como da própria cidade de Portimão. Actualmente o forte não é usado estando aberto ao público.
Fortaleza de Sagres
Foi a partir de Sagres que os primeiros navios se fizeram ao mar para dar início a um dos mais importantes períodos da História mundial: os Descobrimentos. Por se encontrar numa localização estratégica para a entrada na Europa e ponto de partida para África, o porto de Sagres era frequentemente atacado por corsários, levando à construção da Fortaleza de Sagres, uma imponente estrutura de defesa militar erigida no Promontório de Sagres. Actualmente a fortaleza encontra-se aberta ao público.
Castelo de Silves
Com a forma de um polígono irregular e rodeado por uma muralha em taipa revestida a arenito vermelho, o Castelo de Silves constitui uma espectacular estrutura militar com mais de mil anos de existência. Construído numa posição que lhe permitisse vigiar toda a cidade de Silves (antiga capital do Algarve) e a foz do rio Arade, o Castelo de Silves trata-se do maior castelo do Algarve. O facto de ter resistido ao terramoto de 1755 que devastou grande parte das cidades portuguesas é um testemunho da qualidade da arquitectura islâmica. No exterior do castelo encontra-se uma estátua de D. Sancho I, rei que conquistou a cidade aos árabes em 1189.
Uma ótima maneira de vislumbrar o Castelo de Silves é fazendo um Passeio de Barco pelo rio de Portimão até Silves.
Museu Municipal de Tavira
O interessantíssimo Museu Municipal de Tavira, onde se encontra o famoso Vaso de Tavira, um objecto islâmico único no mundo e que já foi emprestado ao Museu do Louvre para uma exposição, encontra-se dividido em diversos pavilhões como o Núcleo Mauseológico Islâmico. Este museu visa promover a história de Tavira junto dos portugueses e estrangeiros que passam pela cidade todos os anos.
Ponte Romana sobre o Rio Gilão (Tavira)
Embora muitos historiadores tenham relutância em considerar que a ponte é de facto romana por causa das múltiplas reconstruções de que foi alvo, a verdade é que a ponte é já um marco da cidade de Tavira erguendo-se por cima do rio Gilão que atravessa a cidade. Foi no cimo desta ponte que uma importante batalha aconteceu quando invasores espanhóis foram derrotados por soldados portugueses durante a crise dinástica de 1383 – 1385.
Castelo de Tavira
O Castelo de Tavira foi construído pelos mouros entre os séculos IX e X por cima das ruínas de uma antiga fortificação militar fenícia do século VIII a.C. O Castelo sofreu obras ao longo dos séculos por causa da importância de Tavira para a coroa portuguesa e por causa das constantes batalhas que Tavira enfrentou, tendo sido constantemente disputada por árabes, portugueses e espanhóis. Já no século XIX, depois de uma epidemia de cólera ter dizimado grande parte da população, o castelo foi usado como cemitério.
Forte de São João da Barra (Tavira)
A construção do Forte de São João da Barra deveu-se à Guerra da Restauração durante a qual os portugueses expulsaram os espanhóis de Portugal. Temendo possíveis represálias do reino de Castela, Portugal investiu muito dinheiro em estruturas militares colocadas perto da fronteira com Espanha. O ponto alto deste forte e sem dúvida o brasão-de-armas que pode ser encontrado no arco principal.
Convento de Nossa Senhora da Graça (Tavira)
Depois de um atribulado cerco árabe à praça portuguesa de Arzila, no norte de África, ter sido levantado, o rei D. Manuel I, como forma de agradecimento, mandou que se construísse o Convento de Nossa Senhora da Graça. Em 1862 o Convento foi extinto, passando a ser usado como uma fábrica. Destacam-se os portões da entrada onde são visíveis gravuras alusivas à época dos Descobrimentos.
Igreja da Misericórdia de Tavira
A Igreja da Misericórdia de Tavira foi construída durante o século XVI e constitui a mais notável obra do renascimento no Algarve. O responsável pela sua construção foi André Pilarte, o qual participou também na construção do Mosteiro dos Jerónimos. A igreja encontra-se decorada no seu interior por azulejos azuis e brancos.